Atrocidades da ditadura chilena inspiram o filme Colonia
- Letícia Chiantia
- 8 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Durante mais de 40 anos, entre 1961 e 2005, uma floresta no Sul do Chile, arredores de Santiago, ocultou uma das maiores atrocidades da história. Um culto fanático religioso e fascista controlado por um ex-enfermeiro nazista Paul Schäfer colaborou com ditadura do general Augusto Pinochet. Na época, o lugar batizado de Colônia Dignidade torturou mais de 300 alemães, todos submetidos a castigos físicos e manipulação mental. Além deles, 20 crianças órfãs chilenas sofriam abusos sexuais.
Essa história real e de terror foi levada aos cinemas pelo diretor alemão Florian Gallenberger, em 2015. No suspense Colonia, Lena (Emma Watson) e Daniel (Daniel Brühl) vivem um casal alemão de namorados. Ele trabalha em apoio ao presidente Salvador Allende. Já ela é uma comissária de bordo. Depois dessa breve apresentação, acontece o golpe militar (1973). O rapaz é levado pela polícia secreta para a Colônia Dignidade. Sem saber o que está acontecendo ou o que a espera, Lena segue o seu paradeiro.

O horror e as atrocidades começam a ser revelados assim que cada um deles chega ao lugar. O ator Michael Nyqvist representa Paul Schäfer, o líder do culto. Uma atuação competente, sua presença gera asco e medo.
Para compor as cenas, o diretor investigou o assunto durante cinco anos, além de visitar a região inúmeras vezes. Mesmo assim, segundo relatos de sobreviventes, o filme não chega nem próximo das atrocidades reais. No longa, a história é dividida em capítulos. Fotos da época também são usadas como recurso com a intenção de reconstruir com detalhes o local.
Apenas cinco pessoas conseguiram fugir desse complexo. Depois da saída de Schäefer, o local passou a se chamar de Villa Baviera. Ele morreu na prisão, aos 88 anos. Os habitantes receberam apoio do governo e tratamento psicológico. Muitos deles voltaram para a Alemanha.
As vítimas denunciaram os fatos perante os tribunais chilenos. Atualmente, há várias causas abertas. O Parlamento alemão aprovou em 30 de junho de 2017 a criação de um fundo para ajuda.
Pouco ainda dessa história foi desmascarada. O filme foi considerado influente como denúncia, e também para ajudar na liberação dos arquivos.
Bình luận